Neste dia 02 de abril do ano de Nosso Senhor Jesus Cristo de 2013, um potiguar completa UM SÉCULO DE EXISTÊNCIA. Seu nome é FRANCISCO GOMES DA COSTA, nascido no longínquo ano de 1913, na Fazenda Pitombeira, do Município de Taipu, no Rio Grande do Norte, único sobrevivente da descendência do Coronel João Gomes da Costa (filho único de Cassiano Gomes da Costa e Maria Rosa da Costa, tendo por avós Manuel Gomes da Costa, de nacionalidade portuguesa/Candinha e o Velho Freitas e avó cujo nome não recorda) e Anna Rodrigues da Costa (filha de Alexandre Rodrigues Santiago e Maria Joaquina Rodrigues de Paiva e neta de Jerônimo Ferreira Santiago/Felipa Rodrigues Santiago e Francisco de Paula Paiva/Bernardina Lopes de Vasconcelos), tendo sobrevivido aos irmãos de dois casamentos e uma união, em número de 12 – do primeiro casamento, contraído com Bernardina Rodrigues da Costa vieram Maria (AA), casada com João Severiano da Câmara; Jerônimo (Loló), casado com Otacília Teixeira Gomes; Luzia (Zia), casada com Jerônimo Severiano da Câmara; José (Zeco), casado com Maria Lígia de Miranda Gomes; Antônio (Tonho), casado com Isaura Juvêncio da Câmara; Pedro (Pedinho), casado com Maria da Conceição Rocha e Manuel (Ué), casado com Lígia Maria Benfica da Costa; do segundo casamento com Anna Rodrigues da Costa, sua cunhada (irmã de Anna), nasceram Francisco (Ici), o biografado, casado com Mabel Rose Jardine Costa; Luiz (Zilú), casado com Maria Dulce e depois com Estrela da Liberdade; Paulo (Paulinho), casado com Olindina dos Santos Lima; Maria (Lilia), solteira e Sérgio (trazido por Tia Nana, em sua viuvez de Sérgio Guedes da Fonseca), casado com Elizier da Câmara Benfica. Todos nasceram em Pitombeira-Taipu/RN.
Havia uma repetição de nomes na
família, como no caso do velho Cassiano, que tinha um irmão Manoel Gomes da
Costa, pai de João Gomes da Costa (primo), Antônio Gomes da Costa, Francisco
Nobre Gomes da Costa e José Gomes da Costa.
Quando o Cel. João Gomes enviuvou
teve uma união temporária com uma senhora chamada Generosa, nascendo dessa
união Luiz Xavier da Costa, no lugar chamado Trigueiro, em Ceará-Mirim/RN,
pelos idos de 1911, que também foi reconhecido pelos irmãos e faleceu nos anos
40.
Uma infância feliz, no ambiente bucólico
de fazenda, rodeado de carinho dos pais, harmonia dos irmãos e proteção dos
tios e tias Manuel Rodrigues Santiago (Tio Ué), casado com Maria Francisca de
Paula (Tia Maroca) e pais de Noel; Jerônimo Rodrigues Santiago (Loló);
Petronila Rodrigues Santiago (Tia Peta), casada com João Praxedes do Amaral
Lisboa, pai de Otávio; Maria Rodrigues Santiago (Tia Lica), casada com Vicente
Severiano da Câmara, pai de João (Vanvão), Antônio (Tonho), Xandu, Loló,
Liquinha, Maroquinha e Dorotéia.
Até os 15 anos viveu em Pitombeira,
mas sempre retornava para os bailes onde, aos 18 anos, contava com a companhia
de K-Chimbinho, afamado clarinetista potiguar, de fama nacional. Estudou em
escolas públicas e em Natal no Colégio Santo Antônio (funcionava na Igreja do
Galo), despertou para a carreira militar influenciado pela visão da Polícia nos
dias de feira, contra a vontade do seu pai. Apreciava futebol e o esporte de
caçar de baladeira e espingarda. Registra-se que no começo dos anos 40, a
pedido do seu companheiro de farda, Capitão Leitão, o então Tenente Francisco
Gomes tornou-se presidente do Alecrim Futebol Clube.
Em 1930 tornou-se aluno da Escola de
Instrução Militar, que funcionou no Colégio Pedro II, que ficava no lado oposto
do Teatro Carlos Gomes – Escola de Instrução 11, ao tempo do Tiro de Guerra 18,
dirigido por Luiz Soares, onde fez curso e recebeu carteira de reservista de 2ª
categoria, tendo como instrutor o 2º Tenente Francisco Antônio do 29 BC.
Costumava dar guarda na Escola de Artífices na Revolução de 1935, como aluno.
Em 1935, precisamente em 9 de julho
entrou para a Escola Militar de Realengo, fazendo o seu curso, saindo em 25 de
dezembro de 1938, como aspirante (tempo de Getúlio Vargas), classificado com
Aspirante do 30BC Socorro – Jaboatão dos Guararapes, em Recife, Pernambuco,
durante um ano, passando nessa data para a patente de 2º Tenente, tendo sido
designado para servir no 31BC de Natal até 1942, época em que foi designado
para servir em Fernando de Noronha.
Embarcou em Recife no dia 11 de
fevereiro de 1942 e saiu em serviço de comboio do navio Itatinga, escoltado
pelo esquadrão da Marinha do Brasil – Cruzador Rio Grande do Sul e por dois
submarinos. Um era o Paquete Pará, conduzido pelo 31BC, Grupo de Artilharia e
Cia. Transmissão, durante oito meses e dez dias.
Posteriormente foi matriculado na
Escola de Motomecânica em Deodoro, Rio de Janeiro, como 2º Tenente, terminando
o curso e classificado para o 1º BCCL, durante um ano, em Casa Forte, Recife em
10 de dezembro de 1940 ou 41, dali para Pindamonhangaba, São Paulo, quando
pediu transferência para o 31BC.
Terminou a sua carreira no Rio de
Janeiro, na Secretaria Geral do Ministério da Guerra em 05 de agosto de 1966,
como General de Brigada e em seguida foi promovido a General de Divisão, em
razão de ter a condição de ex-combatente.
Já na Reserva, foi designado para
presidir a Subcomissão Geral de Investigações do Rio Grande do Norte no início
do governo militar instalado em 1964, ali prestando os seus serviços entre 19
de março de 1969 até 10 de agosto de 1971. A sua saída foi antecipada a pedido,
quando teve discordâncias com o Ministro Jarbas Passarinho, quanto à forma de
condução da SCGI.
Recebeu muitos elogios e louvores
pela sua conduta e desempenho irrepreensíveis em toda a carreira e atos de coragem
em momentos difíceis da vida brasileira. Exerceu muitas funções de comando.
Recebeu a Medalha do Pacificador em 1963 e a Medalha Militar de Ouro, em 1966.
Teve uma vida conjugal harmoniosa com
a sua esposa Mabel Rose Jardine Costa, já falecida, exemplo de virtude, que
conheceu em Recife em 1945 e com quem gerou dois filhos, que não sobreviveram.
Sua dedicação à família foi marcante e, em relação ao meu pai (José Gomes da
Costa, seu irmão), certa vez, num momento de enfermidade deste, exigiu que
fosse buscar outro centro, pois em Natal ainda não havia instrumental de alta
precisão e ao fazer isso disponibilizou até o seu patrimônio. Prova maior de
amor não poderia ser dada.
De uma união com a Senhora Maria
Alma, gerou os filhos Fernanda de Souza Costa, Fernando de Souza Costa e
Fabrício de Souza Costa e com a Senhora Tereza, gerou Francisco Gomes da Costa
Júnior.
Reside atualmente na Rua Olinto Meira, 1027, demonstrando que, apesar dos seus
100 anos, ainda está completamente lúcido e disposto a continuar sua jornada
por mais alguns anos, se Deus o permitir. Chegou a fazer um croquis completo
de toda a Fazenda Pitombeira, suas casas e demais edificações, seus moradores e
seus acidentes geográficos, como o rio e as estradas, os pequenos cômodos e
onde se armazenava cada tipo de cultura.
Homem sóbrio, tranquilo, patriota,
jamais se inclinou para a política ou ações contra os governos constituídos.
Nunca se intrometeu em questões ideológicas de esquerda ou de direita, mantendo
uma postura de honra e fidelidade ao Exército ao qual serviu por longos anos,
mas proclamou não ter simpatia pelo ideário comunista.
FONTE – BLOG DO MIRANDA GOMES
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